domingo, 7 de agosto de 2016

A MATERNIDADE JOSÉ VARELA NAS MEMORIAS DO MÉDICO AMAURY DE MEDEIROS VARELA



Em 12 de março de 1965 chegou em Macau o médico Amaury de Medeiros Bezerra, filho da terra. Clinico, ginecologista e obstetra instalou-se definitivamente na cidade, assumiu a direção da Maternidade José Varela em 25 de dezembro de 1965. Reconstruiu seus muros, recuperou o prédio da maternidade, fez adaptações internas, tendo aumentado o número de leitos de 8 para 16. Organizou o berçário dotando-o de incubadora e recuperou uma ambulância já existente na casa. Em maio de 1966 foi improvisada uma sala de cirurgia, dando início a fase de cirurgias obstétricas na maternidade.
Esse avanço na medicina local só foi possível com um trabalho de equipe dos médicos Amaury Bezerra, Antonio Machado e Francisco Pereira.

Em 1969 foi construído um anexo ao prédio original, aumentado o número de leitos para 32 e a construção de um bloco cirúrgico muito moderno para época.
Foi adquirido por compra um autoclave vertical e mais algumas estufas, ficando a casa com bom serviço de esterilização.
Foi o período áureo dessa casa. Tinha um grande atendimento não só para os moradores do município, mas também oriundos das cidades vizinhas. Caiu para 0,5% o índice de mortalidade neonatal, um dos menores índices do Estado.


Doação do Lions Club de Macau para a Maternidade José Varela, década 1950. Arq. Hilma Coutinho Melo
Com a implantação do serviço pré-natal bem orienta doe conduzido, chegou a ser considerado de ótima qualidade. O binômio feto-mãe foram muito bem cuidados. Esta equipo foi desfeita no início dos anos 70.
O médico Amaury Bezerra permaneceu na maternidade até junho de 1975, quando, por questões pessoais, deixou a casa.

JOSÉ AUGUSTO VARELLA - PATRONO DA MATERNIDADE DE MACAU



Nasceu José Augusto Varella no sítio Recreio, município de Touros, hoje Barra de Maxaranguape, estado do Rio Grande do Norte aos 28 e novvembro de 1896. Seus pais, João da Fonseca Varella, herói da Guerra do Paraguai, e Inácia Cândida do Amaral Varella, vieram morar em Ceará-Mirim em 1904 quando foi concedida uma pensão ao seu pai General João Varella.
Aos oito anos, fez os primeiros estudos na escola particular de tia Naninha. As dificuldades financeiras da família não permitiram que o menino se afastasse das atividades agrícolas, no sítio da família, onde trabalhava e, nos fins de semana, em lombo de burro, transportava para a feira de Ceará-Mirim os poucos produtos da pequena propriedade.

Em 1910, o irmão mais velho, ordenado padre, oferece a oportunidade de estudar no Colégio Diocesano da Paraíba. Antes passara pelos bancos escolares do Seminário, na época uma maneira de menino pobre estudar.

Em 1917, segue para a Bahia para estudar medicina. O General Varella e o irmão Padre Luiz proporcionaram uma pequena mesada, suficiente para o estudante não passar fome. No meio do curso passa a receber ajuda de um tio, Ângelo Varella, abastardo proprietário. No 4º ano médico, foi nomeado acadêmico interno da Maternidade “Climério de Oliveira”. Em 1922, quando concluiu o curso defendeu a tese “Da Curietherapia do Câncer e dos Fibromas Uterinos”.

Em 1923, de volta ao Rio Grande do Norte, atende ao convite do Dr. Vicente de Lemos Filho, Juiz de Direito da cidade de Nova Cruz, para ali clinicar. Em seguida é convidado pelo Governador José Augusto Bezerra de Medeiros para dirigir, na Capital, os seguintes estabelecimentos: Hospital de Alienados, Hospital de Isolamento de Turbeculosos e Variolosos. É nomeado médico escolar, médico do Instituto da Criança, médico do 29º Batalhão de Caçadores. Recebia remuneração apenas do primeiro cargo.

Com a vitória da Revolução de 1930 e face à irrestrita solidariedade que emprestava ao Governador Juvenal Lamartine, deposto, vai para o interior organizar nova vida profissional em meio hostil e perigoso. Primeiro em Caicó, atendendo ao chamado do líder seridoense vitorioso Dinarte Mariz, depois Independência (hoje Pendências) e, finalmente, Macau, onde permaneceu de 1932 a 1963, exercendo, sempre, humanitariamente a medicina.

Em Macau, presta seus serviços médicos às seguintes companhias salineiras e de navegação marítima: Companhia Comércio e Navegação; Cia. Matarazzo; Cia. Costeira e Henrique Lage, além de dirigir o Posto de Saúde Pública do Estado. O seu trabalho de médico irradia-se pela vasta região do baixo rio Açu.

Em 1930, foi eleito Deputado Estadual pelo PRF, tendo o mandato interrompido pela Junta Militar da Revolução, que dissolveu a Legislação de 1930/1932.

Em 1934, elegeu-se novamente Deputado Estadual para a Constituinte 1935/1939 pelo Partido Popular. Em 09 de outubro de 1936, com um longo e importante discurso renuncia ao mandato. Este discurso marca a sua liderança na vasta e próspera região salineira. Volta, então, à sua clínica em Macau e à atividade agropecuária.

Em 1946, é eleito Deputado Federal – General Antônio Fernandes Dantas – companheiro dos tempos do Governo Juvenal Lamartine, conhecedor de suas qualidades de homem público honesto e leal – o nomeia Prefeito da Capital (1943-1945). Nos dois anos de sua administração foram arrecadados Cr$ 8,9 milhões, aplicados em obras Cr$ 3,1 milhões, em desapropriações Cr$ 0,2 mil e 60% da receita para custeio da máquina administrativa. Nenhum auxilio foi recebido do Estado ou da União.

Ainda em 1946, é eleito Deputado Federal pela legenda do Partido Social Democrático, onde permaneceu até 30 de julho de 1947. No dia seguinte, 31 de julho, assumiu o Governo do Estado, após memorável campanha eleitoral. Os dirigentes pessedistas, residentes no Rio de Janeiro, não se conformavam com o crescente prestigio do Governador. Mais fácil foi a compreensão das forças udenistas, liderados por Dinarte Mariz, José Augusto Bezerra de Medeiros e Aluízio Alves que, a exemplo do plano federal com a União Nacional em torno do Presidente Eurico Dutra, se aproximaram para ajudar a defender recursos financeiros, planos escolares e assistenciais, junto ao Governo Federal, onde a UDN ocupava alguns ministérios.

No seu governo foi iniciada a construção do Hospital Colônia de Psicopatas; foi dada continuidade a construção do Instituto de Educação, iniciada na administração Ubaldo Bezerra de Melo; iniciada e também quase concluída a construção do Quartel da Polícia militar, com recursos do Estado e mão-de-obra formada de soldados e oficiais da própria corporação; construída a ponte sobre o rio Ceará-Mirim, no município de Taipu; em convênio com o Ministério da Educação, foram construídas mais de uma centena de escolas e grupos rurais que alteraram a fisionomia do meio rural e das praias do Estado.

No seu governo foi criada a Faculdade de Direito de Natal que, mais tarde, veio a ser incorporada à UFRN. Na cidade de Macaíba, em particular, construiu a balaustrada que margeia o rio Jundiaí e urbanizou a área do antigo cais do porto.

Seu último cargo eletivo foi de Vice-Governador na chapa que tinha o Senador Dinarte Mariz para Governador (1956/1961).

Foi nomeado Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, no governo Aluízio Alves, de onde saiu em 28 de novembro de 1966 ao completar 70 anos. Foi o prêmio maior e único que recebeu durante os seus 50 anos de atividade pública. Este cargo lhe garantiu relativa tranqüilidade financeira durante o restante de sua laboriosa vida.

Foi casado com d. Maria da Conceição Varella, que faleceu em 29 de novembro de 1985 e com a qual teve quatro filhos, dezessete netos e bisnetos. Faleceu em Natal aos 14 de junho de 1976.
FONTE: BLOG HISTÓRIA E GENEALOGIA, DE ANDERSON TAVARES DE LIRA, FOTO: SITE DA PREFEITURA DE NATAL

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A MEDICINA É UMA DAS CARREIRAS MAIS IMPORTANTES E UMA DAS QUE EXIGEM O ESPIRITO DE ABNEGAÇÃO ANTES DE QUALQUER SONHO DE FORTUNA. O MÉDICO TEM UM GRANDIOSO PAPEL A DESEMPENHAR PERANTE A SOCIEDADE. ESTE VAI FECHAR FERIDAS, FORTALECECER O COMBALIDO, SALVAR UMA EXISTÊNCIA. APÓS LONGOS ESTUDOS, APÓS UM SOLENE JURAMENTO, EI-LO EM SUA ATIVIDADE, ORA SERVINDO NUM HOSPITAL ONDE SUA PACIÊNCIA TEM DE SER BENEDITINA PARA ATENDER A TANTOS QUE O PROCURAM COM A FETIDEZ DE SUAS CHAGAS, COM MOLÉSTIAS CONTAGIOSAS, COM ACHAQUES ESQUISITOS, COM OS MEMBROS FRATURADOS, COM A VIDA NO ÚLTIMO ALENTO